ENTRE GRADES E LIVROS: UMA ETNOGRAFIA DA OFICINA DE LEITURA NO PRESÍDIO ALVORADA

Autores

  • Victor Manoel Silva Oliveira

Resumo

Este trabalho foi desenvolvido como requisito de aprovação da matéria metodologia II, do curso de Ciências sociais no 4º período, a qual é ministrada pela professora Cláudia Luz de Oliveira e que busca estimular a reflexão sobre a pesquisa de campo e a elaboração de textos etnográficos. Sendo assim, buscamos ao longo do desenvolvimento e aplicação do que foi aprendido em aula, utilizar da observação participante como uma técnica fundamental de pesquisa, promovendo discussões acerca dos desafios conceituais e metodológicos, que visam explorar aspectos étnicos, éticos, políticos e também afetivos que permeiam a relação do pesquisador e do pesquisado, promovendo discussões acerca de seus desafios e metodologias, os quais são imprescindíveis de serem abordados e observados durante a criação de uma pesquisa que se utilize desse método de observação.   Posto isso, durante nossa visita técnica ao Presídio Alvorada utilizamos o que foi abordado em sala de aula para observar o workshop de leitura e escrita de relatórios no âmbito do PROJETO BIBLIOTECA ITINERANTE VOZES DO CÁRCERE - INTEGRANDO AO PROJETO REMIÇÃO PELA LEITURA, que ocorre dentro do Presídio Alvorada. Ação de extensão essa que é coordenada e conduzida pela doutora Daniela Imaculada Pereira Costa Ramos[1]. Partindo para a parte da metodologia que utilizamos durante nossa pesquisa, optamos pelo uso de duas técnicas que são aplicadas de forma qualitativa e que foram discutidas durante o curso. A primeira delas é a pesquisa de campo, que é evidenciada pelo pesquisador Carlos Brandão (2007) como uma experiência mais do que uma atividade científica pura, especialmente na pesquisa antropológica, e que tem como objetivo estabelecer relações de conhecimento a partir da interação com outras pessoas (neste caso as presidiárias). De acordo com o autor:

 

(...), o trabalho de campo é uma vivência, ou seja, mais do que um puro ato científico, como talvez pudesse ser um trabalho de laboratório, no caso de um psicólogo experimental, ou a pesquisa de gabinete de um economista. O trabalho de campo, a pesquisa antropológica, para mim, é uma vivência, ou seja, é um estabelecimento de uma relação produtora de conhecimento, que diferentes categorias de pessoas fazem, (...). (Brandão Carlos, 2007. p.12)

 

 

Outro método do qual utilizamos foi uma observação participante, que é um dos métodos mais usados ao se tratar de uma etnografia, pois tem aspecto básico de aplicação a integração do pesquisador ao ambiente pesquisado, buscando esse sujeito de pesquisa ser aceito pelo grupo, sobre o qual tem interesse em pesquisar e participar ativamente dos eventos propostos por ele, tendo como objetivo observar os principais elementos e acontecimentos empiricamente.

 

[1] Professora do Departamento de Comunicação e Letras da Universidade Estadual de Montes Claros/UNIMONTES,

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Publicado

11-07-2024

Edição

Seção

Relatos de Experiência